sábado, 22 de setembro de 2012

Depoimento da Prof Ingrid sobre o I Ciclo de Oficinas sobre Relações Étnico-raciais



Apenas minha opinião agora!

" E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a agradável e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:2)

Uma das primeiras perguntas que me fazem é como consigo lidar com as questões da Cultura Afro (que muitos ligam fortemente à religião), sendo eu evangélica. E sendo negra, como posso ser cristã? Pra mim é muito simples

: Não há como negar minhas origens e nem quero, mesmo porque durante muito tempo me foi negado conhecer meu verdadeiro legado, mas também tenho o direito de escolher a fé que quero professar, pois é uma decisão pessoal e particular, até porque, o DIVINO é acima de qualquer denominação, classificação e para mim não importa isso, importa é ter tolerância, respeito, amor, ter princípios, conviver bem com todos da melhor forma possível estabelecendo boas relações. Se houver respeito entre os seres, todos poderão cultivar o que acreditam, evangelicos, catolicos, umbandistas, espíritas, mulçumanos... Por isso não me conformo com esse século que deseja me enquadrar. Procuro me transformar através da renovaçao da minha mente e assim creio experimentar a perfeita e agradável vontade de Deus, que acredito ser amar ao meu próximo independentemente da sua crença, cultura, classe social, econômica e histórica.

Apenas minha opinião agora!

Filme: A princesa e o Sapo

Filme: A princesa e o sapo

A Princesa e o Sapo (título original: The Princess and the Frog), é um filme animado pela Walt Disney Animation Studios (2009).

Realmente é um filme muito bonitinho e que maravilha: Finalmente príncipes e princesas negras. Mas...

É preciso ter uma postura crítica ao assistí-lo e ao trabalhar com ele em sala de aula.

Embora retrate figuras negras de forma bela (dentro de um padrão já estabelecido por nossa sociedade - não há traços característicos que o negro se identifique, a "princesa" parece uma Barbie pintadinha de pretinha), devemos atentar para o que esse filme intensifica, reproduz, reforça na mente dos nossos pupilos.

A história remonta um cenário negando novamente o nosso legado da cultura negra. Novamente, a menina negra não tem origem (a princesa - de nada, só porque intitularam assim, pois não há nada que dê motivo para ter esse título. Por que não referendar que poderia ser princesa, por exemplo, em sua origem? Pois na África também houve/há reis, príncipes, realeza), apenas coloca-se que é filha de empregada e o seu maior sonho é ser cozinheira, dona de um restaurante (não desmerecendo a profissão), mas o que isso representa em nosso contexto histórico-cultural, que subconscientemente o lugar da mulher negra é na cozinha. O rapaz negro, o príncipe, gosta de arte, música (que não é muito reconhecido como uma profissão de valor), não gosta de trabalhar, sem credibilidade alguma, um vagabundo, incapaz de ter responsabilidade. Novamente, reforçando a idéia de que negro não passa disso, um vagabundo e deve viver na senzala (o príncipe é deserdado).

Os príncipes e princesas das histórias europeias são sempre heróis, a missão sempre é salvar o reino inteiro, sofrem injustiças e no final vivem felizes para sempre, admirados por todos, tornando-se reis e rainhas de fato, lugar de sua origem.

Vejam como reproduzimos esse pensamento para os nossos pupilos negros e não-negros mais uma geração à dentro. Não podemos permitir isso! O professor precisa fazer essa crítica, ter esse cuidado, esse olhar e discutir com seus alunos (de qualquer nível, modalidade, faixa etária) para que não continuemos a ver o mundo com essas diferenças tão discrepantes e cruéis, porque é isso que simboliza.

Em meio a cantorias e muita aventura durante o filme, é preciso atentar para essas estruturas, e não digo que não devamos usá-los como instrumento, pelo contrário, utilizar o material para refletir a nossa sociedade, os nossos conceitos e preconceitos, nossa mentalidade, porque certamente, nem nos damos conta da imagem tão negativa que estamos reproduzindo sobre nós mesmos. Então, sugiro que ao assistir esse filme (e outros) tenham esse novo olhar, para que possamos ter o discernimento, a capacidade e a coragem para discutir esse assunto tão delicado para nós, pois é doloroso assumir que na verdade é mais ou menos assim mesmo que pensamos, mas isso é um projeto introduzido em nossa história há séculos, é claro que não é fácil desconstruir esse jeito de pensar de uma hora para outra, mas já é hora! Aliás, já passou da hora! E é esse o nosso papel, o nosso desafio como professor, fomentar o pensamento crítico em nossos educandos, mas é preciso que o professor tenha essa visão.

Conto contigo para repensar a sua postura diante das questões do negro e muitos outros segmentos que sofrem discriminações e preconceitos.

Apenas minha opinião agora!

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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A Águia e a Galinha – Leonardo Boff e James Aggrey

A Águia e a Galinha – Leonardo Boff e James Aggrey.

Todo ponto de vista é avista de um ponto

Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor. Porque cada um lê e relê com os olhos que tem. Porque compreende e interpreta a partir do mundo que habita.
Com estes pressupostos vamos contar a história de uma águia, criada como galinha. Essa história será lida e compreendida como uma metáfora da condição humana. Cada um lerá e relerá conforme forem seus olhos. Compreenderá e interpretará conforme for o chão que seus pés pisam.
Os antigos bem diziam: habent sua fata libelli, os livros têm seu próprio destino. Tinham razão, porque o destino dos livros está ligado ao destino dos leitores. E aí entram em cena a águia e a galinha, carregadas de significação, como veremos ao longo da nossa história.
Esperamos que para você a águia e a galinha se transformem também em símbolos e sacramentos da busca humana por integração e por equilíbrio dinâmico.
Desejamos que a águia sepultada desperte e voe, ganhando altura e ampliando os horizontes de sua releitura e compreensão de você mesmo e do mundo.
Convidamos você a fazer-se, junto com as forças diretivas do universo, co-criador/co-criadora do mundo criado e por criar.
 A Águia e a Galinha
Era uma vez um político, também educador popular, chamado James Aggrey. Ele era natural de Gana, pequeno país da África Ocidental. Até agora, talvez, um ilustre desconhecido. Mas, certa feita, contou uma história tão bonita que, com certeza, já circulou pelo mundo, tornando seu autor e sua narração inesquecíveis.
Como muitas pessoas provavelmente não tiveram a oportunidade de ler sua história, nem de conhecer seu país, vamos inicialmente falar um pouco de Gana e relembrar aquela história.
Gana está situado no Golfo da Guiné, entre a Costa do Marfim e o Togo. Sua longa história vem do século IV. Alcançou o apogeu entre 700 e 1200 de nossa era. Naquela época havia tanto ouro que até os cães de raça usavam coleiras e adornos com esse precioso metal.
No século XVI Gana foi feita colônia pelos portugueses. E por causa do ouro abundante chamaram-na de Costa do Ouro. Outros, como os traficantes de escravos, denominavam-na também de Costa da Mina.
No século XVIII, época do chamado ciclo da Costa da Mina, vieram dessa região, especialmente para a Bahia, cerca de 350 mil escravos. Com eles vieram e foram incorporados muitos elementos de sua cultura. O uso medicinal das folhas (ewé) que curam somente quando acompanhadas de palavras mágicas e de encantamento. E sua religião, o ioruba ou o candomblé, que possui uma das teologias mais fascinantes do mundo. Faz de cada pessoa humana uma espécie de Jesus Cristo, que quer dizer, um virtual incorporador dos orixás, divindades ligadas à natureza e as suas energias vitais.
Os escravos eram negociados em troca de fumo de terceira. Refugado por Lisboa, esse fumo era muito apreciado na áfrica por causa de seu perfume. Dizia-se até: “a Bahia tem fumo e quer escravos; Costa da Mina tem escravos e quer fumo; portanto façamos um negócio que é bom para os dois lados”. A maioria dos escravos das plantações de cana-de-açúcar nos Estados Unidos veio também da região de Gana.
A pretexto de combater a exportação de escravos para as Américas, a Inglaterra se apoderou desta colônia portuguesa. De início, em 1874, ocupou a costa e, em seguida, em 1895, invadiu todo o território. Gana perdeu assim a liberdade, tornando-se apenas mais uma colônia inglesa.
A libertação começa na consciência
 A população ganense sempre alimentou forte consciência de sua história e muito orgulho da nobreza de suas tradições religiosas e culturais. Em conseqüência, foi constante sua oposição a todo tipo de colonização. James Aggrey, considerado um dos precursores do nacionalismo africano e do moderno pan-africanismo, fortaleceu significativamente esse sentimento.
Ele teve grande relevância política como educador de seu povo. Para libertar o país – pensava ele à semelhança de Paulo Freire – precisamos, antes de tudo, libertar a consciência do povo. Ela vem sendo escravizada por idéias e valores antipopulares, introjetados pelos colonizadores.
Com efeito, os colonizadores, para ocultar a violência de sua conquista, impiedosamente desmoralizavam os colonizados. Afirmavam, por exemplo, que os habitantes da Costa do Ouro e toda a áfrica eram seres inferiores, incultos e bárbaros. Por isso mesmo deviam ser colonizados. De outra forma, jamais seriam civilizados e inseridos na dimensão do espírito universal.
Os ingleses reproduziam tais difamações em livros. Difundiam-nas nas escolas. Pregavam-nas do alto dos púlpitos das igrejas.  E propalavam-nas em todos os atos oficiais.
O martelamento era tanto que muitos colonizados acabaram hospedando dentro de si os colonizadores com seus preconceitos. Acreditavam que de fato nada valiam. Que eram realmente bárbaros, suas línguas, rudes, suas tradições, ridículas, suas divindades, falsas, sua história sem heróis autênticos, todos efetivamente ignorantes e bárbaros.
Pelo fato de serem diferentes dos brancos, dos cristãos e dos europeus, foram tratados com desigualdade, discriminados. A diferença de raça, de religião e de cultura não foi vista pelos colonizadores como riqueza humana. Grande equívoco: a diferença foi considerada como inferioridade!
Processo semelhante ocorreu no século XVI com os indígenas da América e com os colonizados da Ásia. E ocorre ainda hoje com os países que não foram inseridos no novo sistema mundial de produção, de consumo e de mercado global, como a maioria das nações da América Latina, da África e da Ásia. Elas são consideradas “sem interesse para o capital”, tidas, em termos globais, como “zeros econômicos” e suas populações vistas como “massas humanas descartáveis”, “sobrantes” do processo de modernização. São entregues à própria fome, à miséria e à margem da história feita pelos que presumem ser os senhores do mundo. Estes mostram, por isso, uma insensibilidade e uma desumanidade que dificilmente encontra paralelos na história humana.
Infelizmente, a mesma discriminação acontecem com os pobres e miseráveis, com as mulheres, os deficientes físicos e mentais, os homossexuais, os portadores do vírus HIV, os hansenianos e todos aqueles que não se enquadram nos modelos preestabelecidos. Todos são vítimas do preconceito e da exclusão por parte daqueles que se pretendem os únicos portadores da humanidade, de cultura, de saúde, de saber e de verdade religiosa.
- Dominadores, vossas arrogância vos torna cruéis e sem piedade. Ela vos faz etnocêntricos, dogmáticos e fundamentalistas. Não percebeis que vos desumanizais a vós mesmo?  Reparai: onde chegais, fazeis vítimas de toda ordem por conta do caráter discriminador, proselitista e excludente de vossas atitudes e de vosso projeto cultural, religioso, político e econômico que impondes a todo mundo! 
A libertação se efetiva na prática histórica
Toda colonização – seja a antiga, pela invasão dos territórios, seja a moderna, pela integração no mercado mundial – significa sempre um ato de grandíssima violência. Implica o bloqueio do desenvolvimento autônomo de um povo. Representa a submissão de parcelas importantes da cultura, com sua memória, seus valores, suas instituições, sua religião, à outra cultura invasora. Os colonizados de ontem e de hoje são obrigados a assumir formas políticas, hábitos culturais, estilos de comunicação, gêneros de música e modos de produção e de consumo dos colonizadores. Atualmente, se verifica uma poderosa “hamburguerização” da cultura culinária e uma “rockiquização” dos estilos musicais. Os que detêm o monopólio do ter, do poder e do saber, controlam os mercados e decidem sobre o que se deve produzir, consumir e exportar. Numa palavra, os colonizados são impedidos de fazer suas escolhas, de tomar as decisões que constroem sua própria história.
Tal processo é profundamente humilhante para um povo. Produz sofrimentos dilaceradores. A médio e a longo prazo não há razões, quaisquer que sejam, que consigam justificar e tornar aceitável tal sofrimento. Aos poucos ele se torna simplesmente insuportável. Dá origem a um antipoder. Os oprimidos começam a “extrojetar” o opressor que forçadamente hospedam dentro de si. É o tempo maduro para o processo de libertação. Primeiro, na mente. Depois, na organização. Por fim, na prática.
Libertação significa a ação que liberta a liberdade cativa. É só pela libertação que os oprimidos regatam a auto-estima. Refazem a identidade negada. Reconquistam a pátria dominada. E podem construir uma história autônoma, associada à historia de outros povos livres.
- Oprimidos, convencei-vos desta verdade: a libertação começa na vossa consciência e no resgate de vossa própria dignidade, feita mediante uma prática conseqüente. Confiai. Jamais estareis sós. Haverá sempre espíritos generosos de todas as raças, de todas as classes e de todas as religiões que farão corpo convosco na vossa nobre causa da liberdade. Haverá sempre aqueles que pensarão: cada sofrimento humano, em qualquer parte do mundo, cada lágrima chorada em qualquer rosto, cada ferida aberta em qualquer corpo é como se fosse uma ferida no meu próprio corpo, uma lágrima dos meus próprios olhos e um sofrimento do meu próprio coração. E abraçarão a causa dos oprimidos de todo o mundo. Serão vossos aliados leias.
James Aggrey incentivava em seus compatriotas ganenses tais sentimentos de solidariedade essencial. Infelizmente não pôde ver a libertação de seu povo. Morreu antes, em 1927. Mas semeou sonhos.
A libertação veio com Kwame N´Krumah, uma geração após. Esse aprendeu a lição libertária de Aggrey. Apesar da vigilância inglesa, conseguiu organizar em 1949 um partido de libertação, chamado de Partido de Convenção do Povo.
N´Krumah e seu partido pressionaram de tal maneira a administração colonial inglesa, que o Governo de Londres se viu obrigado, em 1952, a fazê-lo primeiro-ministro. Em seu discurso de posse surpreendeu a todos ao proclamar: “Sou socialista, sou marxista e sou cristão”.
Obteve a sua maior vitória no dia 6 de março de 1957 quando presidiu a proclamação da independência da Costa do Ouro. Agora o país voltou ao antigo nome: Gana. Foi a primeira colônia africana a conquistar a sua independência.
Gana tem hoje 238.537 quilômetros quadrados, com densa selva tropical ao sul, atravessada pelo grandioso rio Volta de 1.600 quilômetros de comprimento. A represa Akoddombo, feita com o rio, forma um imenso lago de 8.482 quilômetros quadrados, numa extensão de quatrocentos quilômetros.  A capital é Accra, com cerca de 700 mil habitantes numa população total de 16, a milhões de pessoas. Estima-se que 20 ano 2000 Gana terá 20 milhões de habitantes.
Se aplicarem os ideais de James Aggrey, consolidarão sua identidade e autonomia. E avançarão pouco a pouco no sentido de uma cidadania participativa e solidária.
Nós somos águias.
Vamos, finalmente, contar a história narrada por James Aggrey.
O contexto é o seguinte: em meados de 1925, James havia participado de uma reunião de lideranças populares na qual se discutiam os caminhos da libertação do domínio colonial inglês. As opiniões se dividiam.
Alguns queriam o caminho armado. Outros, o caminho da organização política do povo, caminho que efetivamente triunfou sob a liderança de Kwame N´Krumah. Outros se conformavam com a colonização à qual toda a áfrica estava submetida. E havia também aqueles que se deixavam seduzir pela retórica dos ingleses. Eram favoráveis à presença inglesa como forma de modernização e de inserção no grande mundo tido como civilizado e moderno.
James Aggrey, como fino educador, acompanhava atentamente cada intervenção. Num dado momento, porém, viu que líderes importantes apoiavam a causa inglesa. Faziam letra morta de toda a história passada e renunciavam aos sonhos de libertação. Ergueu então a mão e pediu a palavra. Com grande calma, própria de um sábio, e com certa solenidade, contou a seguinte história:
“Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.
Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei cimo galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:
– Já que de fato você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
– Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
– Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurou-lhe:
– Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
– Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
– Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
– Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra as suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou… voou… até confundir-se com o azul do firmamento…”
E Aggrey terminou conclamando:
- Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.

FONTE: http://alfabetizacaosolidaria.wordpress.com/a-aguia-e-galinha/

sábado, 28 de julho de 2012

Formação Continuada para Professores com as Oficineiras Prof Ingrid Costa e Rosangela Samaniegona E. E. Adelaide Alvim






















Oficina de Relaxamento - Cuidando de si! Prof Ingrid Costa




Esta atividade foi desenvolvida na E. E. Adelaide Alvim na Formação Continuda para os Professores da Escola.
Tenho feito esse trabalho há muitos anos com professores, pais e alunos. São momentos únicos... Com certeza melhora as relações, principalmente consigo mesmo... Os professores precisam cuidar da sua saúde mental e essa é uma ótima ferramenta que poderíamos usar mais vezes em nossas escolas. Com certeza saimos desse encontro conhecendo um pouco mais dos nossos colegas e admirando-os mais e nos fazendo conhecer melhor. Fica como sugestão...