quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Trabalhe as diferenças em sala de aula usando música e imagem (Inclusão).

Eu tenho trabalhado muito em sala de aula com a auto-imagem da minhas crianças negras e não-negras de forma a desenvolver uma auto-estima mais positiva para ambos, de modo que as relações sejam saudáveis e respeitosas.

Nesse video, há a apresentação de penteados de mulheres negras, com os mais diversos tipos de cabelo, além da música na voz da cantora Aline Barros levantar a questão da beleza das diferenças. É aí que você entra como educador, facilitador, oportunizador, auxiliador, orientador na sala de aula, utilizando esse recurso. Você poderá desenvolver atividades em aula, como:
  • Leitura e Produção Textual com a letra da música (Inclusão);
  • Cantar a música/dramatizar;
  • Montar um desfile de penteados;
  • Produzir novos vídeos com os diversos temas da Inclusão;
  • Apresentar as produções para os demais alunos da escola, entre outras...

Dicas de maquiagem para mulheres negras

A maior dificuldade é encontrar maquiagem para a nossa cor de pele negra. Ando testando algumas marcas e cores. Mas os empresários agora, têm sentido no mercado, uma área que venha dar grande lucro, devido a maior participação do negro na economia como consumidor.
Eu sempre gostei de usar uma corzinha e outra para realçar meus traços, então, mais uma vez, procurei alguns vídeos no youtobe (já que ainda não resolvi gravar nada) e postei aqui para dar algumas dicas de maquiagem prática para nós que estamos iniciando na maquiagem. Espero que aproveitem...




 



Usando o lenço (turbante) como acessório no vestuário.

Quem me conhece sabe que volta e meia eu uso um leço para amarrar o cabelo, ou para fazer uma saia, ou como um cinto, ou ainda, para usar no pescoço ou sobre os ombros. Às vezes as idéias esgotam e não sabemos como obter alguns resultados. Então, encontrei no youtube alguns vídeos (caseiros) que ensinam a usar esses panos amarrados, que podem mudar o seu visual. Como eu sempre tive muita dificuldade em encontrar essas informações, resolvi postar alguns desses vídeos para te dar algumas sugestões. Pode ser usado por qualquer pessoa, de qualquer etnia, viu? Então... Aproveite as idéias!



domingo, 15 de janeiro de 2012

Sobre os vídeos postados neste blog...

Um pouco de luz para a sua prática pedagógica!

Devido à grande dificuldade que tenho para encontrar material para trabalhar em sala de aula sobre a cultura afro na escola, selecionei e postei alguns vídeos que já trabalhei com os meus alunos do Ensino Fundamental, Médio, EJA e com Professores dos diversos níveis.

É preciso que você estude sobre os temas, as letras das músicas, sobre os artistas, grupos, etc para trabalhar com o material na escola ou mesmo para seu auto-conhecimento.

Irei, com o tempo, postando algumas ideias e sugestões de atividades que poderão ser realizadas em sala de aula. Espero que esse material seja útil para os professores, para que renovem sua atuação abordando sempre positivamente as várias contribuições étnicas e, nesse caso, principalmente a negra, que se formou em nosso país sem o seu valor devido.

Gostaria muito que deixassem opiniões no espaço para comentários, assim poderei aprimorar o Blog.

Tirem bom proveito dessas sugestões e aguardo o seu contato. Espero que gostem!

Agradeço!

Prof Ingrid Costa
email: professoraingrid@ibest.com.br




Informações sobre a lei 11.769/2008 - Inclusão do ensino de música na grade curricular escolar

Especialistas indicam que o ensino de música nas escolas deve trabalhar a coordenação motora, o senso rítmico e melódico.

O ano de 2011 é data limite para que toda escola pública e privada do Brasil inclua o ensino de música em sua grade curricular. A exigência surgiu com a lei nº 11.769, sancionada em 18 de agosto de 2008, que determina que a música deve ser conteúdo obrigatório em toda a Educação Básica. "O objetivo não é formar músicos, mas desenvolver a criatividade, a sensibilidade e a integração dos alunos", diz a professora Clélia Craveiro, conselheira da Câmara de Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de Educação).

Nas escolas, a música não deve ser necessariamente uma disciplina exclusiva. Ela pode integrar o ensino de arte, por exemplo, como explica Clélia Craveiro: "Antigamente, música era uma disciplina. Hoje não. Ela é apenas uma das linguagens da disciplina chamada artes, que pode englobar ainda artes plásticas e cênicas. A ideia é trabalhar com uma equipe multidisciplinar e, nela, ter entre os profissionais o professor de música. Cada escola tem autonomia para decidir como incluir esse conteúdo de acordo com seu projeto político-pedagógico". Apesar de ser uma boa iniciativa, o trabalho com equipes multidisciplinares para o ensino de música não tem acontecido de forma satisfatória nas instituições de ensino. "De qualquer maneira, trabalhar de forma interdisciplinar ou multidisciplinar em escolas de educação básica é uma tarefa complicada", afirma Clélia.

É necessário prestar atenção se o seu filho está tendo aulas de música com uma equipe adequada ou mesmo se esse tipo de aula está sendo oferecida na escola dele, como diz a lei. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases de 1996, só estão autorizados a lecionar na educação básica os professores com formação em nível superior, ou seja, profissionais que tenham cursado a licenciatura em Universidades e Institutos Superiores de Educação na área em que irão atuar. Portanto, os professores que devem ser responsáveis pelas aulas de música do seu filho são aqueles com formação superior em música. Fique atento.

Entenda mais detalhes dessa lei para que você possa compreender e exigir a aplicação dela na escola do seu filho.

A música contribui para a formação integral do indivíduo, reverencia os valores culturais, difunde o senso estético, promove a sociabilidade e a expressividade, introduz o sentido de parceria e cooperação, e auxilia o desenvolvimento motor, pois trabalha com a sincronia de movimentos", explica Sonia Regina Albano de Lima, diretora regional da Associação Brasileira de Ensino Musical, (ABEM) e diretora dos cursos de graduação e pós-graduação lato sensu em Música e Educação Musical da FMCG (Faculdade de Música Carlos Gomes). O trabalho com música desenvolve as habilidades físico-cinestésica, espacial, lógico-matemática, verbal e musical. "Ao entrar em contato com a música, zonas importantes do corpo físico e psíquico são acionadas - os sentidos, as emoções e a própria mente. Por meio da música, a criança expressa emoções que não consegue expressar com palavras", completa Sonia Regina. "A música fez bem para a autoestima do estudante, já que alimenta a criação.

O ensino de música não é como antigamente, quando se aprendia as notas musicais e canto orfeônico, mas o que as crianças devem aprender nas aulas? O MEC recomenda que, além das noções básicas de música, dos cantos cívicos nacionais e dos sons de instrumentos de orquestra, os alunos aprendam cantos, ritmos, danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos para, assim, conhecer a diversidade cultural do Brasil.

A lei não especifica conteúdos, portanto as escolas terão autonomia para decidir o que será trabalhado. "É muito complicado impor um conteúdo programático obrigatório para as aulas de música, quando a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) nº 9294/96 privilegia a flexibilidade do ensino", diz Sonia Albano, diretora regional da Associação Brasileira de Ensino Musical (ABEM), para quem o mais importante seria trabalhar a coordenação motora, o senso rítmico e melódico, o pulso interno, a voz, o movimento corporal, a percepção, a notação musical sob bases sensibilizadoras, além de um repertório que atinja os universos erudito, folclórico e popular.

Os professores estão privilegiando projetos simbólicos que já vem da realidade dos alunos, priorizando um capital social trazido pelos alunos para que seja ampliando. Assim, é possível chegar a ensinar músicas de todo mundo e de diferentes épocas", diz Magali Kleber, presidente nacional da ABEM (Associação Brasileira de Educação Musical). "O ensino de música deve envolver o capital simbólico e cultural da região da escola. Deve-se trabalhar com uma perspectiva antropológica, envolvendo os pais, os alunos e contexto sócio-cultural.

As aulas devem ser ministradas por professores especialistas em música, ou seja, que tenham licenciatura. "Se um professor de língua estrangeira não pode lecionar matemática, um ensino musical de qualidade não pode ser ministrado por um professor que não tenha conhecimento na área musical. Trabalhar com um profissional não habilitado propicia um ensino superficial e perigoso, pois o professor não terá condições de avaliar os prejuízos que poderá provocar ao indivíduo e nem terá capacidade para aplicar esse conhecimento de maneira eficaz", alerta Sonia Albano, diretora regional da Associação Brasileira de Ensino Musical (ABEM). Isso não quer dizer que a música não deva fazer parte do conteúdo transversal, aquele que atravessa as aulas. "O professor de sala pode e deve usar a música em suas aulas, mas não tem condição de dar aula de música", diz Lisiane Bassi, coordenadora do programa de Educação Musical de Franca, cidade do interior de São Paulo que é referência no Ensino Musical.


Fonte:
15/02/2011 17:52
Texto Cynthia Costa, Juliana Bernardino e Mariana Queen - Educacar para crescer
http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/musica-escolas-432857.shtml 

LEI Nº 11.769, DE 18 DE AGOSTO DE 2008 - A música deverá ser conteúdo obrigatório do componente curricular.

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 11.769, DE 18 DE AGOSTO DE 2008.
Mensagem de veto
Altera a Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica.
O PRESIDENTEDA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o O art. 26 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte § 6o:
Art. 26. ..................................................................................
................................................................................................
§ 6o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2o deste artigo.” (NR)
Art. 2o (VETADO)
Art. 3o Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas nos arts. 1o e 2o desta Lei.
Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 18 de agosto de 2008; 187o da Independência e 120o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad

Para refletir...

A árvore, quando está sendo cortada, observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira. (Provérbio árabe)

domingo, 8 de janeiro de 2012

A África que nunca nos mostram

 
Escolhi esse vídeo porque refere-se muito ao que tenho falado em minhas palestras com professores e principalmente com os alunos.

Estamos acostumados a imaginar as imagens africanas de negros e criancinhas esqueléticas passando fome, elefantes e zebras caminhando nas ruas, que não são ruas, são terras abandonadas, secas, mata selvagem... 

Sempre procuro mostrar um continente cheio de países e cidades que nos dias atuais há estrutura urbana, com geografia muito semelhante à nossa, onde há rodovias, faculdades, hospitais, praias, shoppings, estradas, prédios, etc... É interessante como as crianças, principalmente, se espantam quando mostro as imagens de cidades onde pessoas se vestem como nós, por exemplo; que casas são semelhantes às nossas; que há motos e carros circulando nas ruas; que a organização urbana assemelha-se a nossa. 

Ainda passamos a imagem de que África é cheio de leões, elefantes, negros com vestimentas muito estranhas. Está na hora de desmistificar o que apresentam para nós e mostrar também o outro lado de uma África contemporânea, muito atual e que não vive primitivamente.

Eu montei as minhas próprias imagens mas não as disponibilizei aqui e são as que venho trabalhando em minhas palestras, mas achei esse vídeo interessante e já está prontinho para ser passado como recurso para você usar em sala de aula. Espero que lhe seja útil.

Pesquise e utilize, não fique de braços cruzados, não se silencie... É só começar!

Sawabona - cumprimento usado na África do Sul: "Eu te respeito, eu te valorizo!"

Para (re)pensar...





Essa mensagem pode ser usada em Reuniões Pedagógicas, sensibilizando os participantes a repensarem sua práxis.

Pode-se abordar:
  1. O tempo que há pra si mesmo, para cuidar de si, da sua saúde mental;
  2. Como suas atitudes tem refletido nas relações com os colegas de trabalho, com seus alunos, com a sua família;
  3. (Re)avaliar sua própria identidade, se se reconhece a si mesmo;
  4. Qual é o seu olhar para o outro que está ao seu lado?
  5. Minha prática tem influenciado positiva ou negativamente a mim mesmo e aos outros de que forma?
Agora, faça você mesmo esse exercício.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Trabalho dos alunos da 8ª Série sobre Cultura Afro - Disciplina Português - Prof Thais










Esse trabalho foi desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental Assis Brasil, na cidade do rio Grande-RS, proposto pela Prof Thais da Disciplina de Português, destacando a Literatura valorizando a contribuição da Cultura Afro-brasileira.

Nos meses de outubro e novembro de 2011, eu estava nomeada nessa escola para trabalhar no Programa Escuna, isto é, no Laboratório de Informática. Já desenvolvia o Projeto Boneca Africana Rana que tem o intuito de desenvolver atividades nas instituições que auxiliam professores na sala de aula e promovem entre os alunos uma maior valorização positiva sobre as questões que envolvem a Cultura Afro. Então, unimos a informática e a literatura e a cultura afro e foi montado um Projeto para a 8ª Série juntamente com os alunos.

Primeiro, A Boneca Rana apresentou-se na turma com a Contação de Histórias, levando vários exemplos literários que poderiam ser abordados, além de possibilidades de trabalhos que poderiam ser desenvolvidos pelos grupos para serem apresentados para a própria turma, inclusive, utilizando os recursos das mídias.

Para a minha surpresa, os alunos desenvolveram trabalhos belíssimos e se propuseram (ampliando a idéia inicial do projeto) a estender para os demais alunos dos anos iniciais da escola. Confeccionaram bonecos, apresentaram teatrinho de fantoches, fizeram apresentação teatral/dramatização, deram aula utilizando recursos multimídia, etc.

As fotos acima, são da participação deles, onde os alunos se caractezaram de Orixás, explicando para os ouvintes seus significados e contando histórias a partir das literaturas estudadas, explicando a importância das máscaras para o povo africano, etc. Jovens se despiram de (pre)conceitos, não se importaram com a cor da pele que tinham e se envolveram com grande entusiasmo e interesse sobre a história Afro. Meninos e meninas, grandes e pequenos mergulharam nessa experiência interdisciplinar.

Devemos nos movimentar, deixar que nossos alunos participem do processo e a aprendizagem será vista de uma forma mais interativa, onde há envolvimento.

Parabéns à Prof Thais e aos seus alunos que romperam as barreiras e realizaram um trabalho riquíssimo que com certeza, ficará gravado na mente e no coração de todos que participaram. Principalmente em mim!

Minha sugestão aos alunos foi que no ano vindouro, mesmo que não mais alunos da escola, montassem um grupo para continuar esse trabalho como multiplicadores da história e cultura afro, para divulgar o tema na escola, pois percebi a grande satisfação neles em terem realizado esse projeto.

Se quiser saber mais, entre em contato comigo: professoraingridcosta@gmail.com









Sugestão Curricular para as disciplinas de História e Artes sobre a Cultura Afro-brasileira*

*Sugestão Curricular apresentada no Encontro de Formação Continuada para Professores de História e Artes sobre Cultura Afro-brasileira possibilitando a ruptura do modelo eurocêntrico no ensino e a construção de uma educação multicultural nas escolas do município do Rio Grande-RS, atendendo a Lei 10.639/2003.

HISTÓRIA:

História da África:
•    A importância da civilização africana;
•    Pré-história da África;
•    A Antiguidade Africana;
•    O papel dos anciãos e dos griots como guardiões da memória histórica;
•    História da ancestralidade e religiosidade africanas;
•    Da expansão islâmica à colonização;
•    A intervenção europeia na África;
•    Do tráfico à escravidão do ponto de vista dos escravizados;
•    Civilizações e organizações políticas pré-coloniais, como os reinos de Mali, do Congo e do Zimbabwe;
•    O papel dos europeus, dos asiáticos e também de africanos no tráfico;

            Os povos africanos e a cultura afro-brasileira na construção do país:
•    A herança africana;
•    O tráfico negreiro;
•    Grupos étnicos trazidos para o Brasil;
•    A vida dos escravizados no Brasil;
•    Cultura Africana no Brasil;
•    Importância do açúcar;
•    Ciclo do Ouro;
•    Ciclo do Café;

História afro-brasileira:
•    Movimentos Abolicionistas;
•    Significado da Lei Áurea para os negros;
•    Identidade e memória afro-brasileira;
•    Mestiçagem e multiculturalidade;
•    Iniciativas e Organizações Negras (exemplos: associações negras recreativas, culturais, educativas, artísticas, de assistência, de pesquisa, irmandades religiosas, grupos do Movimento Negro);
•    As tecnologias trazidas pelos escravizados (exemplos: agricultura, mineração, edificações. produção científica, artística, política, etc);


Os quilombos:

•    História dos quilombos (ontem e hoje);
•    Quilombo de Palmares: símbolo de luta;


ARTE:

•    Manifestações fundamentais para a formação do Brasil: Música, festas e dança africana e afro-brasileira;
•    Instrumentos musicais de origem africana e afro-brasileira;
•    Obras e biografias de artistas negros e negras ou que trabalham com a temática étnico-racial;
•    Capoeira;
•    Mitos africanos;
•    Calendário Africano;
•    Datas significativas: O 13 de maio – Dia Nacional de Luta Contra o Racismo;  o 20 de novembro – Dia da Consciência Negra; o 21 de março – Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial;
•    Atuação de negros em diversas áreas do conhecimento.

*Colaboração: Pesquisa realizada pela Prof Msc Ingrid Costa - 2011.